dezembro 02, 2014

[Resenha]: A História da Minha Vida - Hellen Keller


Titulo: A história da minha vida
Titulo original: The Story of my life
Autora: Helen Keller

Editora: José Olympio
Páginas: 518
Ano: 2008
Assunto: Bibliografia,memórias, 
diários e correspondência



Sinopse 

 Considerada uma das mulheres mais fascinantes da história, a americana Helen Keller (1880-1968) ficou cega e surda aos 18 meses e viveu até os sete anos sem falar nem escrever. Com a ajuda da professora Anne Sullivan, ela aprendeu a falar, a escrever, cursou a escola, graduou-se com honras na faculdade de Filosofia e tornou-se escritora e ativista. Na autobiografia "A História da Minha Vida", a autora narra sua luta árdua, obstinada e vitoriosa para se integrar na sociedade. Publicado há mais de 100 anos, o livro segue como um dos mais inspiradores relatos de superação produzidos pelo homem, com muito a dizer para crianças, jovens e adultos de todas as idades. Esta edição traz ainda cartas de Helen trocadas com amigos, comentários do editor John Macy e da professora Anne Sullivan, recordações da autora e trecho de um ensaio escrito por Helen.



         Helen Keller nasceu em 27 de junho de 1880 em Tuscumbia, Alabama, numa família tradicional do Sul dos Estados Unidos. Ela foi extraordinária em tudo que alcançou e realizou, pois em meio a tantas limitações físicas aprendeu a ler, escrever e falar também. 
           Parte de suas conquistas só foi possível a principio pela boa condição financeira de seus pais e um pouco mais tarde a investimentos de patrocinadores. Perdeu os sentidos da visão e da audição quando ainda era uma criança, devido a uma febre cerebral, possivelmente por meningite. 








Em 1904 Helen Keller graduou-se bacharel em filosofia pelo Radcliffe College, instituição que a presenteou com o prêmio Destaque a Aluno. Tornou-se uma importante  escritora, filósofa e conferencista, trabalhando também como jornalista, escrevendo artigos para um jornal feminino chamado The Ladies Home Journa. Em tempos de Guerra Industrial, suas ideias começaram a trilhar um caminho para o socialismo indo contra o que o seu público idealizava, começando assim a sua guerra contra as injustiças. Seus 
livros serviam de autoajuda e foram traduzidos para várias outras línguas. Algumas de suas obras são: Otimismo - um ensaio, A Canção do Muro de Pedra, O Mundo em que Vivo, Lutando Contra as Trevas” (Minha professora Anne Sullivan e Macy), Minha Religião e outros.
     A primeira parte do livro A História da Minha Vida, é uma nota do editor James Berger, um admirador e conhecedor da vida de Helen Keller. Ele destaca algumas linguagens usadas por Helen como simbolismo de sua comunicação, registrando cada movimento, como um aperto de mão é "não", um acenar afetivo da cabeça "sim", um puxão é "vem" e um empurrão "vai". Helen era ativa, forte, curiosa e entendia boa parte do que acontecia ao seu redor pelo modo em que sentia as pessoas, por exemplo, a forma que elas vestiam, ela sabia se ia sair ou não, percebia que era diferente umas das outras.
     Guardava muitas recordações dos seus primeiros anos de vida em sua memória e em uma de suas lembranças, a autora destaca o dia em que quase ficou gravemente queimada quando resolveu secar o avental em cima das cinzas quente e foi salva pela babá, que ao avistá-la a cobriu com um cobertor, mas percebe-se que em muitas das recordações da autora se embaralham com as de outras pessoas.
     Quando seu desejo de se expressar crescia, Helen não conseguia se conter e por muitas vezes nesses momentos ela se jogava nos braços da mãe que entendia a necessidade da comunicação e a consolava.  Seus pais a levaram a um oftalmologista de Baltimore que era reconhecido, mas nada pode fazer, apenas recomendou que ela pudesse ser educada. Seus pais escreveram uma carta para o Sr. Anagnos diretor da Instituição Perkins em Boston e lhe perguntaram se havia um professor que pudesse ensinar sua filha, logo recebera a notícia que havia uma professora, Sr.Sullivan, que só pôde ajudá-la um ano depois. Sra. Sullivan começou a ensinar as primeiras palavras soletrando-as na mão de Helen, que ficava imóvel com toda a atenção fixada nos movimentos dos dedos de sua professora. Quanto mais aprendia as coisas mais autoconfiança e proximidade com o mundo tinha. Sra. Sullivan a conduzia pelos campos, e lhe ensinava sobre a natureza. 
     No início Helen não fazia perguntas apenas ouvia e tentava aprender, mas depois o seu campo de interrogação ampliou-se e começou a interrogar palavras que não podia tocar, como "O amor". O importante passo foi Helen aprender a ler, ela tinha uma moldura em que poderia arrumar as palavras em pequenas frases, mas antes de colocar as frases na moldura ela transformava em objetos e em seguida em frases.
      O segundo acontecimento mais importante em sua vida foi visitar Boston, onde fez amizades com crianças cegas da Instituição Perkins e ficava extasiada ao descobrir que elas conheciam o alfabeto manual. Alegre em conversar com crianças em sua própria linguagem fez vários amigos.
        Após sua visita a Boston finalmente Helen aprendeu a falar. Ela descobriu que tinha parado de falar porque deixou de ouvir. Ela sabia que as pessoas em sua volta usavam um método de comunicação diferente do dela e mesmo antes dela ensinar uma criança surda a falar ela tinha a noção de insatisfação que os meios de comunicação possuíam.  A sra. Sarah Fuller se ofereceu para ensiná-la a falar com um método diferente. Ela passava a mão de Helen no seu rosto e a deixava sentir a posição de sua língua e lábios quando ela emitia um som. Helen em pouco tempo aprendeu a falar e pronunciou sua primeira frase conectada "esta morno", em apenas 11 aulas com sua curiosidade e dedicação aprendeu os elementos da fala, seu trabalho daquele dia em diante era praticar e repetir palavras por horas até sentir a vibração certa da sua própria voz , pois ela estava decidida a melhorar a fala. 
       Houve um momento que Helen perdeu o encantamento pelos livros e começou a escrever histórias sobre seus passeios, suas experiências. Naquela época ela escrevia tudo o que lia sem se preocupar com a autoria por essa inocência, uma de suas histórias foi publicada no colégio e por ser muito parecida com a de outra pessoa, foi acusada de plágio, este episódio foi sua segunda maior tristeza.
   Sra. Sullivan sempre a incentivava a escrever novamente. Foi quando aos 12 anos, Helen escreveu um breve relato de sua vida para o Yout's Companion. Ela dedicava um tempo considerável nos estudos e viajava com sra. Sullivan para assistir várias reuniões importantes dedicadas à linguagem e aprendizagem de cegos, surdos e mudos para a melhora da fala. 


    Helen estudou no Cambridge Scholl, teve aula de várias matérias em braile, inclusive álgebra onde ela tinha uma maior dificuldade em entender os parênteses, colchetes e radical. Ela achava braile um pouco confuso, mas conseguiu alcançar seus objetivos, entrar na faculdade, onde teve aula de alemão, história, literatura inglesa, francês e composição em inglês, através de uma máquina de escrever chamada Hammond, mas foi através dos livros que ela obteve desenvolvimento na faculdade, ajudando a enriquecer seu vocabulário além de ser também o seu laser. 
    E assim, podemos perceber na forma da escrita o progresso de Keller quanto à formação das frases, a pontuação e a estética. No início ela escrevia frases sem ligação de uma palavra com a outra pelas normas da linguagem escrita, mas em pouco tempo, passa a escrever seus textos com o uso de verbos, o uso de palavras mais sofisticadas,descreve as situações do cotidiano com riqueza de detalhes, dando formas, cores, tamanhos e sua opinião sobre as coisas. Suas cartas foram publicadas da mesma forma em que Keller escrevera, mantendo tudo, por isso é que podemos perceber que Helen se destacou brilhantemente em sua época.





Tudo tinha um nome e cada nome fazia nascer um novo pensamento.




















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