[Resenha]: A Culpa é das Estrelas - Jonh Green
Ficha técnica
Titulo: A Culpa é das Estrelas
Título Original: The Fault in Our Stars
Autora: John Green
Editora: Intrinseca
Páginas: 288
Ano: 2012
Assunto: Literatura Estrangeira
Nota: 4/5
Sinopse: Os adolescentes Hazel e Gus gostariam de ter uma vida normal. Alguns diriam que não nasceram com estrela, que o mundo deles é injusto. Os dois são novinhos, mas se o câncer do qual padecem ensinou alguma coisa, é que não há tempo para lamentações, pois, se aceitamos ou não, só existe o hoje e o agora. E assim, com a intenção de realizar o maior desejo de Hazel - conhecer seu escritor favorito - ambos cruzarão o Atlântico para uma aventura contra o tempo, tão catártico quanto devastador. Destino: Amsterdam, o lugar onde reside o enigmático e mal-humorado escritor - a única pessoa que talvez possa ajudar-lhes a encaixar as peças do enorme quebra-cabeça onde se encontram.
Hazel é uma garota de 16 anos que foi diagnosticada quando tinha treze anos com tireoide estágio IV – câncer terminal, uma desilusão de uma adolescente ao se deparar com a realidade que muitas das vezes se difere com a ficção dos livros que tenta suavizar a realidade, mas que é totalmente oposta, desde que foi diagnosticada Hazel iniciou os tratamentos como cirurgia, radiação, quimioterapia, mas esses tratamentos acabaram não funcionando, então os pulmões dela começaram a encher de água e o tratamento não conseguia estabiliza – lá e ela quase morreu nesse dia, só que no final conseguiram drenar a água dos pulmões e os antibióticos funcionaram. Hazel é muito realista de sua situação, mas também aparenta “condescendida” com o fato que vai morrer e ela gosta de coisas relacionadas a isso, como um livro inacabado ou uma frase inacabada como ela mesma dá o exemplo e gosta tanto desse livro por que acha que o autor é o único que consegue entender o que é morrer e o que ela está passando de uma maneira muito realista. Sua citação favorita do livro A aflição imperial é que “A dor precisa ser sentida” é como se fosse um jeito que ela encontrou de se expressar, como para entender uma dor é necessário sentir.
Normalmente o diagnóstico do câncer tem uma implicação avassaladora, violenta e desestrutura o individuo e toda sua família, pois normalmente está associada à ideia da morte, mas muitos casos têm cura ou até mesmo a pessoa diagnosticada tem uma “vida longa”, mas convivendo com o câncer como no caso de Hazel, como a personagem mesmo trás no filme que ela não estava morrendo de câncer e sim vivendo com câncer, bem como o medo de mutilações, o processo da doença e desconforto que os tratamentos dolorosos geram e de algum modo também à evidência física da doença e por causar estranheza nas pessoas trás a tona uma problemática social como o isolamento, perda de autonomia, perda da identidade como pessoa para a identidade do câncer, quando perguntada sobre ela o que Hazel conta é sua história cancerígena, não quem ela é como individuo, como por exemplo ela não fala de seus desejos, gostos ou vontades.
No inicio devastada com a realidade de sua doença é levada aos médicos e diagnosticada com depressão uma problemática intrapsíquica assim como ansiedade, raiva, revolta e perdas no caso de Hazel ela já perdeu muito, sua infância e agora também não podia ter uma adolescência normal então passava o dia em casa isolada, lendo e muitas das vezes dormindo. A depressão em sua opinião não é um efeito colateral do câncer e sim um efeito colateral de está morrendo, sente falta das coisas comuns do dia a dia, mas é impossibilitada de fazer ou até mesmo de ter o que quer por causa de sua doença. Só que sua mãe se sente culpada por essas perdas e por não dar tudo para sua filha, uma forma de amenizar quer que sua filha tenha uma vida de adolescente normal ou pelo menos o mais normal possível, afinal os pais sempre querem que seus filhos tenham tudo, acontece do mesmo jeito com a mãe de Hazel ela quer dar tudo para sua filha para que ela possa aproveitar um pouco de sua vida, mas evita conversa com a filha sobre sua doença e evita falar e até mesmo aceita sua morte. Indo ao grupo de apoio para pessoas com câncer contra sua vontade, ela conheceu novas pessoas, onde começou a desfrutar mais, sair mais e até mesmo viver uma grande história de amor.
É muito importante compreender como a família lida com a doença do câncer e principalmente como o adolescente compreende esse processo de adoecimento, como as demandas envolvidas nesse processo, por exemplo, a morte, a dor, uma mutilação física entre outros, pois isso pode determinar o planejamento por volta deles e do adolescente com câncer, deve se levar em conta nesse planejamento que o adolescente já está passando por uma mudança em seu desenvolvimento próprio da adolescência e precisa lidar com as dificuldades desses processos que já é muita coisa, assim como a mudança gerada pela doença. Para isso, que tenha uma boa qualidade dos cuidados dispensados requer estratégias sistemáticas, considerando os sentimentos, as experiências anteriores, suas dificuldades, suas demandas prioritárias e problemas que precisam ser atendidos, seja com agente facilitador de um melhor processo de enfrentamento da doença e permitindo uma convivência melhor com ela, ou seja, contribuindo para a construção de um melhor o estado psicológico e este levando consequentemente a um melhor estado geral orgânico e integridade física, auxiliando na recuperação e na cura, se possível ou a aquisição de uma melhoria na condição da vida, e no paciente terminal, de uma melhor condição da morte e do morrer, mas para isso é necessário estabelecer uma relação terapêutica saudável, com tomada de decisões compartilhadas de forma clara e honesta, sendo assim como promover a aceitação dos tratamentos, o alívio dos efeitos secundários destes.
Nota-se também que dentro da família da Hazel não é discutido o seu estado, muito menos a morte, tem um trecho que Hazel corrigi sua mãe dizendo “Quando eu morrer” e não se eu morrer, pois ela mesma tinha consciência de como uma pessoa diagnosticada com câncer terminal ela iria morrer a qualquer minuto, e se preocupava com o que aconteceria quando isso acontecesse, como seus pais ficariam e também tentava reduzir os danos de sua partida e até mesmo a dor que infligia aos pais.
Uma de suas maiores obsessões era saber o que aconteceu com a família de Ana e as pessoas a sua volta (A personagem principal da Aflição Imperial, também diagnosticada com câncer muito nova) e como eles superaram sua perda e como suas vidas seguiram. Essa preocupação também essa vinculada com a preocupação que sente por seus pais, pois ela mesma se compara a uma granada que tem o efeito de destruir e trazer sofrimento para as pessoas a sua volta, por esse motivo tenta afastar Augustus. E como "último pedido" que Augustus não utilizou antes embarcam em uma viagem atrás desse autor para descobri como se deu o final do livro.